Porque eu não como filé mignon…

por Bruna Leite

Sou apaixonada por carne. Se eu pudesse, comeria carne todos os dias, no almoço e jantar. Mas, isso me deixaria alguns quilos acima do que eu gostaria… Mesmo porque, a carne nunca vem sozinha. Sempre tem um arroz, uma massa, ou (o melhor de todos) uma fritura… Mas supondo que eu fosse comer carne todos os dias e que ela me fosse entregue em casa, sem nenhum custo, pelo melhor açougue da região (sonhar não custa nada). Eu só precisaria escolher o corte. Bom, sem nem pensar, o escolhido seria o filé mignon, certo? Errado!

O filé mignon é tão nobre, por ser a parte que o boi menos utiliza. Sendo assim, é tenro, macio e sem gordura. Logo, sem gosto. Porque o que dá o sabor de todo corte, é a gordura, seja em pequena ou grande quantidade. Daí, que os pratos com o tão nobre corte são sempre muito bem acompanhados de molhos e temperos. Já outros cortes, por sua riqueza de sabores, não precisam do mesmo cuidado. Sozinhos, temperados muitas vezes apenas com sal, formam uma refeição memorável. Por isso, venho aqui convidá-los a experimentar novos sabores…

CUPIM (06) – sofre injustamente grande preconceito, por ser o lugar onde o boi leva as vacinas. Mas acredito que qualquer médico poderá atestar que isso não interfere em nada na carne, pois a vacina se espalha rapidamente pelo corpo todo do animal. Portanto, além da gordura, você não tem motivo nenhum para deixar de saborear um dos melhores cortes do boi, macio e extremamente saboroso.
CONTRA-FILÉ (09) – o famoso entrecôte francês faz bonito acompanhado de salada e fritas. Tem gordura sim, mas é pouca e em quantidade suficiente para dar gosto, nada mais. É a minha opção para o dia-a-dia com sabor. Em São Paulo, sou fã do bistrô L’Entrecôte d’Olivier.
PICANHA (10) – não tenho muito do que falar desse corte clássico dos churrascos. Mas me atrevo a dar uma dica de tempero: azeite de oliva, sal grosso e alho picado (desses de potinho). Pincele dos dois lados de cada fatia, na hora de grelhar, e depois é só saborear…
COXÃO DURO (18), COXÃO MOLE (14) e PATINHO (20) – são as melhores opções para os ensopados que vão ficar bastante tempo no fogo, como o Boeuf Bourguignon francês ou o Goulash húngaro. Cortes diferente destes, seja o mignon ou qualquer outro, não aguentarão o longo período sob fogo ou não absorverão os sabores do cozimento.

MAMINHA (17) – ainda pouco comum fora das churrascarias e casas de carne, pode ser uma excelente opção para um jantar com mais pessoas. Assada por algumas horas, mergulhada na cerveja preta e dentro de um saco próprio para assar, pode ser comida com colher, de tão macia!

FRALDINHA –  é um dos cortes mais versáteis, fica ótima sempre, seja na churrasqueira, panela de pressão ou forno. Temperada com alho e azeite, tem seus sabores realçados. Só tenha o cuidado de comprá-la sem a capa de gordura, é totalmente disponsável para o cozimento.

COSTELA – aqui está meu ponto fraco. Assada por horas no forno, somente com sal grosso, é a perfeição das carnes (técnica da minha mãe que um dia eu aprendo). Recentemente descobri uma boa opção no Le French Bazar, onde ela é desfiada, servida no próprio molho e acompanhada de nhoque de batatas. Excelente!
OSSOBUCO – grande clássico da cozinha italiana, existem várias formas de prepará-lo. Eu, particularmente, adoro o ragú de ossobuco, seja de boi ou de vitelo. A diferença é o tempo de cocção, o primeiro leva mais tempo. Ambos são saborosos e complementam muito bem uma polenta!
Enfim, acho que ficou fácil entender porque não gasto minhas calorias com o filé-mignon. Prefiro guardá-las para qualquer um dos cortes acima…

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